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Resenha: Condado Macabro








Um longa gravado no Mato Grosso do Sul...

Uma trilha sonora com clássicos do Brega...

2 palhaços nada engraçados...

5 jovens em uma casa...

2 assassinos, 1 investigador...

Uma chacina...


Se você acha que isso resume o Filme Condado Macabro, está muito enganado...

Esse longa vai muito mais além, repleto de clichês, cantadas furadas, muito sangue e referências aos filmes de terror dos anos 80 como o "Massacre da Serra Elétrica! Narrado de uma forma não linear e com uma trilha sonora brega um tanto peculiar, apesar de ser um pouco longo, o suspense criado no filme garante que o telespectador fique preso do início ao fim.

Escrito por Marcos DeBrito e dirigido por ele e André de Campos Mello, Condado Macabro, lançado em 2015, conta a história de 5 jovens que alugam uma casa de campo para curtir o feriado, Beto (Rafael Raposo) é dono de um invejável arsenal de cantadas de pedreiro, Mari (Larissa Queiroz) é uma patricinha, irmã de Théo (Leonardo Miggiorin), o tímido do grupo que esconde um amor platônico por Lena (Bia Gallo), a sedutora da trama, e a injustiçada Vanessão (Olivia de Brito), que sofre bullying por ser a gordinha da turma e por conta de seu gosto musical.

2 palhaços que vivem a vida batendo carteiras, Cangaço (Francisco Gaspar), o principal suspeito do crime por ter sido encontrado com rosto e mãos cheios de sangue, e Bola 8 (Fernando de Paula) seu comparsa de pequenos delitos.

2 psicopatas (Beto Brito e Marcela Moura) mascarados sedentos por sangue e um investigdor (Paulo Vespúcio), determinado a desvendar o crime... (??)

O livro foi escrito após o filme, uma adaptação, porém achei mais detalhado, cheio de suspense, comédia e terror, da pra sentir o medo dos personagens, chega a ser cinestésico, confesso que me apaixonei pelo livro rs...

Pra quem gosta do estilo B e slasher movies, recomendo que assistam ao filme, vocês não vão se arrepender, a trama é cheia de reviravoltas haha... Diversão garantida!!


TRAILER OFICIAL DO FILME:

Direção: Marcos DeBrito e André de Campos Mello Roteiro: Marcos DeBrito Ano: 2015


Batendo um papo com o escritor e diretor Marcos DeBrito


One Degrau: Soube que o Condado Macabro é uma adaptação de um curta metragem da sua época de faculdade, houve alguma mudança no roteiro original para a adaptação do longa?

Marcos DeBrito: São trabalhos completamente distintos. Na época da faculdade, mais precisamente em 1999, eu e o André de Campos Mello codirigimos um curta com esse título, mas que ficou entre as paredes da instituição. Era apenas um trabalho para uma das matérias da grade do 2o semestre de cinema. No entanto, foi um curta super divertido de fazer e sempre tivemos a ideia de nos juntarmos novamente para uma continuação. A equipe acabou se distanciando, mas eu e o André continuamos trabalhando juntos; Eu na área de direção e roteiro, ele na de montagem. Passados os anos, resolvi trazer o assunto do Condado, para dirigirmos algo juntos novamente, e o trabalho foi ganhando corpo. Decidi que seria um longa-metragem desta vez e a história acabou sendo totalmente outra. Mantivemos apenas o nome de alguns personagens e o título, porque foi isso que nos ligou a fazer o filme. Queríamos algo original, mas que ainda nos desse aquela sensação de nostalgia.



OD: Durante o filme, percebemos várias referências a clássicos do Horror (Massacre da Serra Elétrica), e menções a alguns filmes, como "Rejeitados pelo Diabo" de Robie Zombie. Quais foram os filmes e diretores que influenciaram sua carreira como diretor?

MDB: Eu assisto muito, mas muito, terror desde sempre. Os que mais me influenciaram (e influenciam ainda) no gênero foram citados ou homenageados no filme. A principal referência mesmo é ao “Massacre da Serra Elétrica”. O original de 1974 do Tobe Hooper , não as refilmagens. Porém, há muitos filmes que podem ser identificados no “Condado Macabro”. O “A Casa dos 1000 Corpos” e “Rejeitados pelo Diabo” do Zombie foram a principal influência estética do filme, enquanto o “Balada do Amor e do Ódio”, do Álex de la Iglesia, foi a referência para os palhaços Cangaço e Bola 8.

Mas por incrível que possa parecer, minhas principais influências de filme e diretores para eu me tornar um cineasta não vieram do Terror. Por muito tempo meu diretor favorito foi o David Lynch e seu filme “A Estrada Perdida” ficou no topo da minha lista. Também é inegável que o Quentin Tarantino teve uma fortíssima dose de culpa com o “Pulp Fiction”. Depois de entrar no curso de cinema, conheci outros diretores que até hoje me influenciam, como Darren Aronofsky, Gaspar Noé, Christopher Nolan, entre tantos outros.



OD: Percebemos que no livro você explorou um pouco mais sobre o medo dos personagens, foi mais descritivo, minucioso. Como foi o processo de ambos os trabalhos? O livro foi mais fácil já que você tinha a história pronta?

MDB: Como foi feito o caminho inverso, um filme adaptado para as prateleiras, posso dizer que, sim, o livro acabou sendo mais fácil porque já havia uma história pronta. No entanto, demorou mais para escrevê-lo do que o roteiro para cinema. Tenho mais facilidade de escrever para as telas porque num roteiro você não pode ser tão descritivo. O que importa é a ação e os diálogos. Já em um livro, você precisa entrar um pouco mais no íntimo de cada personagem e ambientar em palavras o que no cinema a câmera já faz de imediato. Além de ter que me aprofundar mais nos medos e convicções de cada personagem no romance, trazendo um pouco das emoções internas de cada um, eu precisei encontrar uma maneira de transpor para as letras as mesmas brincadeiras estéticas do filme. Isso me tomou um certo tempo. Eu não podia repetir a mesma coisa porque a questão dos fotogramas faltando, da película queimando e etc. são coisas próprias ao cinema. Então bolei a ideia das rasuras e dos carimbos que acabam confundindo alguns leitores.



OD: Apesar de estarmos focando no Condado Macabro, não tenho como deixar de falar sobre seus outros trabalhos rs... Fiquei sabendo que você está escrevendo uma sequência do seu primeiro trabalho, o Livro À Sombra da Lua, mas que também teria mais 2 livros para serem lançados antes correto? O que você pode adiantar pra gente?

MDB: Hoje estou mais escritor do que cineasta, apesar de o cinema ser minha paixão principal, formação e empenho profissional. Estou mesmo escrevendo a continuação do “À Sombra da Lua”, que por enquanto se chama “O Filho da Morta”, mas é um projeto a longo prazo. Prevejo sua publicação para perto de 2020 apenas. É um universo que tenho muito cuidado, pois é de extrema importância pra mim. Alguns projetos nós nos doamos mais do que outros e esse é meio que minha morada imaginária. Fiz (e ainda faço) muita pesquisa para escrevê-lo e tenho um respeito muito grande pelos seus personagens. Sei que estou demorando, mas creio que o resultado esteja ainda mais interessante que o primeiro livro.

Mas até lá vocês verão mais alguns projetos meus nas prateleiras e no cinema. Para este ano será publicado “O Escravo de Capela”, pela Faro Editorial. Pra quem gostou do “À Sombra da Lua”, esse tem a mesma pegada de reviravoltas e tom ultrarromântico, só que agora com uma criatura do nosso folclore. Também é de época e se passa em uma fazenda de cana no Brasil colônia. Alguns dos meus leitores beta preferem ele ao “À Sombra da Lua”, o que é um ótimo sinal. Relendo-o para a revisão final, vejo que evoluí muito na escrita. Ele é ainda mais descritivo, principalmente na violência, e mais singelo na parte romântica. Eu coloco o Escravo no mesmo patamar de importância do Sombra, mas é um livro único. Não vejo como continuá-lo.

Fora ele, já fechei com a Faro Editorial um novo livro pra sair em 2018. Mas ainda não posso falar sobre ele porque preciso aguardar revelarem nas redes da editora. Posso adiantar que ele está bem encaminhado para se tornar um filme também com algumas atrizes conhecidas do público.

Para os fãs de zumbis, assinei contrato com o autor Rodrigo de Oliveira para adaptar o “Elevador 16” para as telas. Esse é outro projeto que está na fase de captação de recursos. Assim que conseguirmos a verba mínima necessária, começaremos o filme.



OD: Sobre a Oficina que foi ministrada no SESC Rio Preto, Filme sua Morte, resultando no curta "Dor de Garganta", como foi a filmagem e a interação com o público? Vocês já tinham a intenção de criar o canal no youtube, o Morte Filmada ou a ideia surgiu depois?

MDB: A ideia surgiu meio que em conjunto. Eu queria ter um canal de youtube com vídeos que mostrassem efeitos de maquiagem grotescos e também queria voltar a dar oficinas, desta vez focadas no terror e no Condado Macabro. Então ao mesmo tempo que planejei o canal, escrevi o curso e comecei a oferecer em alguns SESC’s.

Há vários canais de terror no youtube e o diferencial do Morte Filmada seria mostrar a violência de forma explícita, quase real. A mesma coisa na oficina. Eu estava buscando dar outro tipo de experiência aos alunos.



OD: Sobre o curta Mesa pra Dois, que tive o prazer de ver em primeira mão, o que posso dizer é que chega a dar água na boca rsrs

Vocês já tem uma data para lançamento no canal? O que você pode adiantar para os leitores?

MDB: Será em breve, rs. Era para o “Mesa pra Dois” já estar lá. Foi planejado como o segundo vídeo do canal, mas ele teve uma reviravolta interessante. Filmamos na oficina do SESC Santo Amaro e o resultado ficou acima do esperado. O Fabio Servullo (maquiador de efeito) se superou na maquiagem desse curta e vimos que ele poderia ter uma carreira em festivais. Dito e feito. Resolvemos segurar, para fazer currículo para nós e para os alunos do curso, e foi uma boa escolha. O filme já foi exibido em vários festivais aqui no Brasil, na Itália, Espanha, Estados Unidos, Bélgica, Panamá, França... Não esperávamos essa recepção. Estamos aguardando apenas mais algumas seleções que não permitem um filme estar na web e já postaremos ele no Youtube e Vimeo.



OD: Em matéria de Filmes de Horror, o Brasil é conhecido mundialmente pelos trabalhos do mestre José Mojica Marins (Zé do Caixão), porém estamos tendo uma nova safra de diretores do gênero. Quais títulos e diretores você indicaria para os amantes do gênero e leitores do One Degrau?

MDB: Obviamente eu recomendaria em primeiro lugar o “Condado Macabro”, rs. Ele está passando umas 3 vezes por mês no Telecine Action e pode ser encontrado em quase todas as plataformas VOD. Ainda não está no Netflix por questões contratuais. Da nova safra pós-Mojica, nosso maior expoente no gênero é o Rodrigo Aragão. Os filmes dele vocês encontram no iTunes ou com ele mesmo. Ele já tem 4 longas-metragens (“Mangue Negro”, “A Noite dos Chupacabras“, “Mar Negro” e “Fábulas Negras”). Vai dirigir agora o “Mata Negra” com apoio da Ancine. Outro filme nacional de terror que recomendo assistirem é “O Diabo Mora Aqui”, do Rodrigo Gasparini e Dante Vescio. São dois garotos super talentosos que chamam bastante a atenção pelo apuro estético deles. O trabalho deles que eu mais gosto é o curta “Blondie (A Loira do Banheiro)”.



OD: Marcos, muito obrigada pela entrevista! Quais os planos para 2017?? Fique a vontade para deixar um recado aos fãs do Horror Nacional e leitores do One!

MDB: Eu que agradeço a oportunidade de poder falar um pouco sobre os meus projetos. Para 2017, como todos os anos, o plano é continuar tentando. O caminho para um escritor/cineasta no Brasil é tortuoso, ainda mais o de gênero. Felizmente tem dado certo e espero que seja uma crescente. Fiquem atentos ao lançamento de “O Escravo de Capela” ainda este semestre. A Faro vem fazendo um ótimo trabalho com autores nacionais e o cuidado deles com publicação, o miolo de um livro... é digna de aplausos. Estou super feliz de estar com essa editora agora e depende dos leitores eles continuarem apostando nas minhas histórias. Abraços sangrentos a todos.


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O livro está disponível em várias livrarias:

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